AO GOVERNADOR: Glória clama por se ‘libertar’ do Presídio Senador Leite Neto

Registrar fugas em massa no Presídio Regional Senador Leite Neto (PRESLEN) se tornou uma pauta rotineira da imprensa gloriense e sergipana. Se antes as informações que vinham da unidade prisional eram sobre as constantes rebeliões, hoje a realidade é um pouco mais brusca que a anterior. As informações têm sido transmitidas para todo o país através da mídia local, mas poucas reflexões e atitudes por parte do governo, da população e da imprensa, têm sido tomadas para tentar contornar o estado de insegurança que a população da região tem convivido.

O ápice dessa insegurança parecia ter se confirmado com a morte do agente penitenciário ‘Tonho Dalua’, em agosto de 2015, já que na ocasião, além da morte, mais dois agentes ficaram feridos e 22 detentos fugiram. A tragédia culminou numa mobilização intensa por parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que deslocou um intenso efetivo com o objetivo de recapturar todos os foragidos. Porém, em fevereiro do ano seguinte mais uma fuga veio a ser registrada e dessa vez com uma resposta mais imediata da polícia contra os envolvidos. De 21 foragidos, 05 foram mortos em confronto e 12 foram recapturados.

Alguns meses de falsa paz geraram conforto para a população local, que quase acreditou que o presídio era realmente de segurança máxima… Mas nesse entremeio, o Governo do Estado se desgastou como nunca com as categorias responsáveis pela segurança, tanto dos presídios, quanto dos municípios em geral. O resultado não poderia ser outro: Paralisações, Ameaças de greve e pouca disposição para exercer suas funções. Com tamanhas dificuldades de conciliação entre governo e categorias, os detentos passaram a visualizar essas brechas e iniciaram uma série de tumultos nas principais unidades do estado e em Glória não poderia ser diferente…

Se antes tínhamos uma clima apocalíptico com as diversas viaturas e helicópteros circulando nas proximidades dos presídios após as fugas, hoje praticamente não nos inteiramos da gravidade do que vem ocorrendo. A cada fuga, são 06, 21, 22, 32, 39 bandidos de alta periculosidade que estão respondendo por diversas barbaridades, e que agora estão em liberdade para voltar a cometer delitos, mas ainda assim vemos um clima de aparente tranquilidade por parte do nosso representante estadual, Jackson Barreto, que mal se pronuncia sobre o caótico cenário da região. Um exemplo muito fácil para explicar a seriedade da situação é o que envolve o detento Adriano de Jesus Santos, o “Adrianinho” ou “Adriano Psicopata”. Adriano responde por diversos crimes de homicídio, entre eles o de um homem que o próprio arrancou a cabeça e brincou de ‘bola de futebol, e agora está em liberdade após o registro do último sábado.

Diante de um histórico tão fomentado de problemas, a desativação do PRESLEN parece mesmo ser a melhor solução de momento e que deve ser tomada pelo Governo de Sergipe. Outras alternativas, como a transferência do presídio da área urbana para a rural, poderiam também ser lembradas, mas com o atual discurso de contenção de gastos adotado pelos governos estaduais de todo o país, se mostra como uma solução a longo prazo.

Enquanto Jackson Barreto e a cúpula que comanda a segurança nas penitenciárias de Sergipe não se pronunciam e tomam uma medida severa, a população do alto sertão sergipano aguarda ansiosa aos próximos capítulos dessa novela que já exala o cheiro de uma tragédia premeditada…