A República dos R$ 0,20

Ontem foi aniversário de 126 anos de nossa República Federativa do Brasil.

A mídia brasileira esqueceu a data.

Todos ouvimos falar esse nome, mas poucos sabemos o grande significado que ele tem. República é o sistema de governo no qual “todo o poder emana do povo e pelo povo é exercido” diretamente ou através de representantes eleitos. Isso está escrito na nossa Constituição Federal.

Para evitar abusos, o poder é dividido em três no republicanismo. Um não pode interferir no outro e os três devem ser exercidos em harmonia. Quando isso não acontece, a República em si não existe. Então vejamos, revoltado leitor brasileiro…

O Poder Executivo deve administrar os negócios do povo e seu dinheiro em função do próprio povo, sem interferir nos outros poderes. Pense bem! Prefeito, governador e presidente quando são empossados fazem de tudo para eleger alguns escolhidos como presidentes do seus Legislativos. Eles são também os responsáveis por indicar quem será o novo desembargador, novo ministro do Supremo Tribunal… o Executivo sempre interfere nos outros poderes, além de em geral não administrar bem os negócios do povo.

O Legislativo tem a função de ditar as regras do jogo e, por isso mesmo, cria os caminhos por ondem devem andar os outros poderes. Ao Judiciário cabe julgar e punir os que não andam nos caminhos ditados pelos legisladores.

Essa relação distorcida entre os 3 poderes brasileiros são a causa dos maiores escândalos de corrupção no Brasil. O Executivo roubou e rouba dinheiro do povo para comprar o caráter do Legislativo e assim ter o caminho livre. Quando algo dá errado, eles se resolvem descaradamente entre si.

Na República da Falta de Vergonha, o presidente da Casa do Povo é comprovadamente criminoso. Ele deveria perder o cargo e o mandato. Mas já avisou… se cair, ele leva metade dos colegas. Por outro lado, o criminoso tem o poder de despachar o processo de Impeachment da presidente do Executivo, que também fez suas coisas erradas.

Na cara lisa os dois poderes negociaram entre si. Tudo indica que um apoiará o outro e os que poderiam ou deveriam sair, ficarão como estão. O Judiciário manifestou que não vai interferir para não sujar as mãos e pediu que resolvessem o caso ‘politicamente’.

Já o povo, aquele que tem o poder, continua tratando política como futebol e justificam um ladrão pelo outro, disputando quem roubou mais. O mesmo povo que em 2013 parou o país por causa de 20 centavos de aumento na passagem do transporte público. Muitos sequer usavam o transporte público. Esse é o valor da nossa República. R$ 0,20!