R$ 1.000.000
Um milhão de reais e o retorno às páginas policiais.
Esse é o valor financeiro que a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal relatam que foi desviado do erário público canindeense. Dinheiro roubado dos cofres de um município que estaria em crise administrativa e financeira há pelo menos 2 anos.
Justificativas já vieram e virão.
Terceirização de mão-de-obra em atividade fim é crime. Pagamento por serviço não prestado é crime. Se alguém recebeu indevidamente é porque alguém pagou também indevidamente. Quem pagou? Macaco velho não bota a mão em cumbuca… ou será que bota? Que achem o verdadeiro culpado.
O que espanta esse aspirante a escritor é a existência desconhecida de um advogado fantasma contratado pela prefeitura canindeense através da ISES (empresa investigada). O Sindicato de Servidores Públicos (SINDISERV) de Canindé não sabia? Logo esse sindicato tão ativo, que na administração anterior gritava na sua rádio-mãe nomes de funcionários fantasmas ou desviados de função, seus salários e seus padrinhos! De fato, não nega sua missão de ser escada política para alguns e só tratar do que lhes convém.
Infelizmente a Política no Sertão não mudou nada. Eu deixo o grande poeta sertanejo Jessier Quirino falar poeticamente por mim…
“Comício em Beco estreito”
(https://www.youtube.com/watch?v=9SvaPVHJL0M)
“Pra se fazer um comício
Em tempo de eleição
Não carece de arrodei
Nem dinheiro muito não
Basta um F-4000
Ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito
E um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.
Um locutor tabacudo
De converseiro comprido
Uns alto-falante rouco
Que espalhe o alarido
Microfone com flanela
Ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido.
Uma ganbiarra véa
Banguela no acender
Quatro faixa de bramante
Escrito qualquer dizer
Dois pistom e um taró
Pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer
Aí é subir pra riba
Meia dúzia de corruto
Quatro babão, cinco puta
Uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa
E a pisadinha é essa:
Três promessa por minuto.
Anunciar a chegança
Do corruto ganhador
Pedir o “V” da vitória
Dos dedo dos eleitor
E mandar que os vira-lata
Do bojo da passeata
Traga o home no andor.
Protegendo o monossílabo
De dedada e beliscão
A cavalo na cacunda
Chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler
E nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão.
Com voz de vento encanado
Com os viva dos babão
É só dizer que é mentira
Sua fama de ladrão
Falar dos roubo dos home
E tá ganha a eleição.
E terminada a campanha
Faturada a votação
Foda-se povo, pistom
Foda-se caminhão
Promessa, meta e programa…
É só mergulhar na Brahma
E curtir a posição.
Sendo um cabra despachudo
De politiquice quente
Batedorzão de carteira
Vigaristão competente
É só mandar pros otário
A foto num calendário
Bem família, bem decente:
Ele, um diabo sério, honrado
Ela, uma diaba influente
Bem vestido e bem posado
Até parecendo gente
Carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo
Um diabozinho inocente”.