Professora que lecionou em Glória comete suicídio


- 5 de julho de 2016 | - 7:00 - - Home » » » »

Uma professora do Centro de Referência de Educação de Jovens e Adultos Professor Severino Uchoa identificada como Jucélia Almeida cometeu suicídio na tarde do último domingo (03) em Aracaju. O corpo foi encontrado por familiares na sua própria residência.

professora-lecionava-gloria-suicidio-maissertao

Foto: Whatsapp

De acordo com informações do site Faxaju, Jucélia vinha sofrendo com problemas junto a direção da instituição há cerca de seis meses, período em que a mesma passou a conviver com problemas psicológicos.

Conhecida em todo o estado pelas várias funções desempenhadas na área de educação, Jucélia Almeida também chegou a trabalhar há cerca de dez anos em Nossa Senhora da Glória pelo Colégio Educar. Ainda segundo informações, a educadora também teve passagem por uma instituição de ensino de Monte Alegre de Sergipe.

Até o momento não há informações confirmadas sobre o dia e horário do sepultamento.

O SINTESE divulgou na manhã desta terça (05) uma nota sobre a morte precoce da professora e denunciou diversos abusos administrativos por parte da SEED  que teriam gerado vários problemas de saúde em Jucélia. Confira na íntegra:

“Perseguição, assédio moral e negação de direitos por diversos órgãos da SEED levaram a professora Jucélia Almeida ao suicídio

A professora Jucélia Almeida, 45 anos, foi mais uma vítima do cenário infernal tão propagado pelo Secretário de Estado de Educação Jorge Carvalho. Jucélia se suicidou e deixou uma carta relatando apenas uma síntese do calvário em vida que enfrentou por um ano ao se deparar com um esquadrão de aço formado por chefes orientados e conscientes do seu papel de perseguir e provocar assédio moral sob o discurso do legalismo, tese do atual secretário.
Segundo relato de familiares, Jucélia Almeida durante a sua carreira assumiu a equipe diretiva de algumas escolas, inclusive no atual governo. Em meados de 2015, deixou a coordenação da Escola José Rollemberg Leite, pois o seu trabalho já não interessava mais a Seed, e como professora licenciada em história voltou a lecionar em salas de aula. Como já não era bem vista pelo esquadrão do legalismo formado por Jorge Carvalho e capitaneado em Aracaju pela professora Maria Lúcia Gois, diretora da DEA, Jucélia passou a ter o seu primeiro direito negado, não recebeu por vários meses a gratificação por regência de classe, mesmo estando em sala de aula.

A queda na remuneração levou a professora a desencadear problemas de depressão e cardiovasculares, passando seguidas vezes a ter atendimento de urgência, cujos atestados médicos eram tratados com desdém pela senhora Jeane Góes, diretora do Centro de Referência Severino Uchoa, penúltima escola em que Jucélia lecionou, pois há um mês estava lecionando no Colégio Augusto Franco. As faltas eram registradas no ponto da professora com facilidade, mas a gratificação de regência de classe não retornava por “questões técnicas”.

Com o agravamento do quadro de saúde da professora, até os médicos peritos da Seplag emitiram uma licença de 60 dias para tratamento de saúde, após o SINTESE ter sido procurado pela professora e solicitar a reconsideração, pois inicialmente havia sido negado. Estranhamente, durante esses dois meses a professora Jucélia teve o seu salário completamente bloqueado, sem condições de subsistência e doente a professora recorria à familiares para manter o sustento básico. Infelizmente este cenário de bloqueio de salário não foi revelado à direção do Sintese.

No entanto, o circo de horrores não tinha fim, em junho de 2016, a professora Jucélia voltou ao trabalho, e nutria a expectativa de no final do mês receber seu salário corretamente. Eis que junho terminou e seus vencimentos de novo não vieram. Aos prantos a professora se dirigiu à Seed, chegando inclusive a conversar com a superintendente da educação Marieta Barbosa, que prometeu resolver, mas que tinha questões técnicas a solucionar. Jucélia gritava para todos ouvirem na SEED que ia se matar. A professora não resistiu, e cumpriu o que sentenciou. Jucélia deixou uma filha de 21 anos.

Diante desse cenário o Sintese está disponibilizando o seu departamento jurídico à família da professora Jucélia Almeida para interpor as ações judiciais cabíveis contra o Estado de Sergipe, bem como contra os envolvidos diretamente, a partir da análise dos advogados, ao tempo que convidamos os professores para um ato de protesto no dia de amanhã, quarta- feira, às 9h, em frente à Escola Severino Uchoa seguindo para a DEA , podendo se estender durante toda a semana em outros órgãos.
DIREÇÃO DO SINTESE.”

Por: Daniel Rezende
Estudante de Comunicação Social - Jornalismo; Habilitado como Jornalista com DRT/SE 2.049; Sócio e Repórter do Mais Sertão; Apresentador e Repórter da Xodó FM.
Enium Soluções Digitais

Deixe seu comentário!